FUTUROSCOPE

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Poitiers
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    CLIENTE
    Unibail-Rodamco
    ÁREA
    Lojas comerciais e equipamentos de lazer
    ANO
    2005
    Missão
    Projeto preliminar

Desenvolver uma oferta comercial importante dentro de um parque temático não é uma ideia nova: ela já se aplica nos Estados Unidos nos Universal Studios ou na França na Eurodisney. Mas a originalidade do projeto que criamos para o Futuroscope está em apoiar o conceito arquitetônico na identidade do parque: a expressão do futuro e do jogo. As formas, as cores, o mobiliário urbano, o canal e suas embarcações criam surpresa, compondo um projeto futurista e lúdico que encontra suas referências no desenho e na arte gráfica mais do que na história da arquitetura. O projeto foi abandonado, mas permanece como uma oportunidade para admirar as imagens produzidas por dois verdadeiros artistas, Patrice Rialland e Frédéric Terreaux, muito diferentes entre si, mas igualmente poéticas. Elas revelam a força do desenho à mão, que hoje tendemos a deixar de lado.

Projeto futurista, portanto… que nos leva a questionar as características da arquitetura do futuro. Este é um tema recorrente e quase obsessivo na história da arte. Ele deu origem a três abordagens criativas muito diferentes: a concepção da Cidade Ideal, a nostalgia do Paraíso Perdido e a busca futurista, isto é, pesquisas formais ligadas à ficção científica.

A Cidade Ideal foi ilustrada continuamente, desde a primeira edição de Utopia de Thomas More em 1516 até as macro-arquiteturas de Le Corbusier desenvolvidas no Plano Voisin para Paris.

Thomas More escreve que as cinquenta e quatro cidades da Ilha da Utopia são “todas de plano idêntico: quem conhece uma única cidade conhece todas, de tão semelhantes que são umas às outras”. Uma perspectiva talvez não tão reconfortante assim…

A nostalgia do paraíso perdido nos conduz naturalmente à natureza: o Paraíso é um jardim. E se essa vontade de representar o Éden está na origem da arte dos jardins, a arte urbana também encontrou ali uma das suas principais fontes de inspiração: Garden Cities of Tomorrow, publicado em 1902 por Ebenezer Howard, é a sua ilustração mais marcante, dada a influência que exerceu na história do pensamento urbano.

O futurismo, por sua vez, possui fundamentos essencialmente “tecnológicos”: ele é ilustrado pelo americano Buckminster Fuller e suas cidades cobertas por cúpulas geodésicas, ou pelo grupo inglês Archigram, inventor do conceito de plug-in city, amplamente inspirado nas aventuras espaciais reais ou imaginadas da humanidade.

Essa abordagem do futuro da arquitetura é extremamente multifacetada, pois não exclui nenhum modelo: os filmes de George Lucas (Star Wars) oferecem uma demonstração eloquente. Passamos livremente de uma arquitetura mediterrânea de cúpulas de terra a arranha-céus pomposos com decoração neoclássica, tudo enriquecido com uma estética de “nave espacial”, isto é, metal brilhante e formas fluidas.

É uma pesquisa geralmente pouco dogmática, o que a torna bastante simpática. É essa abordagem que é desenvolvida no Futuroscope e na qual nosso projeto se insere.